Friday, March 29, 2013

CBVT, a Última corrida de 1971




A última corrida do Campeonato também foi realizada em Tarumã, os 500 Km, em 16 de outubro. Pedro Victor de Lamare venceu a terceira corrida seguida, usando novamente os serviços de Carlos Quartim de Moraes como co-piloto. Pedro Carneiro Pereira e Ismael Chaves Barcellos (Chevrolet Opala), que ameaçaram De Lamare nas fases iniciais das 12 Horas, mas abandonaram no início da prova, desta vez terminaram em segundo, seguidos por Milton Amaral / Breno Fornari (Opala) e Rejany Franzen / Emilio Boeckell, vencedores da classe A com um VW. Arino Panato e Cesar Pegoraro voltaram a vencer Classe B, em seu FNM. Friedrich e Rosito pilotaram novamente o mais rápido VW, liderando a classe por um longo tempo, mas problemas elétricos os deixaram em terceiro lugar. Esta foi também a última corrida de Vitorio Andreatta, fechando assim o ciclo para que a família ilustre de corrida no automobilismo brasileiro.

A primeira edição do Campeonato Brasileiro de Carros de Turismo esteve muito longe de ser um sucesso qualitativo e quantitativo, mas pelo menos ocorreu. Melhor planejamento, curtas corridas em locais viáveis e a inclusão de Interlagos teriam certamente contribuído para um certame mais competitivo e representativo. Em última análise, o entusiasmo dos gaúchos com as corridas fez o campeonato. Pedro Victor de Lamare também é notável, por causa do profissionalismo absoluto de sua equipe, que produziu carros rápidos e confiáveis.

Wednesday, March 27, 2013

Automobilismo regional no Rio Grande do Sul em 1971



O automobilismo local do Rio Grande do Sul foi de longe o mais saudável em todo o Brasil, e Tarumã foi usado em muitos fins de semana durante o curso do ano. O Campeonato Gaúcho de Turismo constou de quatro rodadas, enquanto o campeonato gaúcho de Fórmula Ford consistiu de três rodadas, a corrida realizada em 29 de agosto, com as duas corridas que contaram para o título nacional. No Rio Grande do Sul, carros de turismo disputavam provas em quatro categorias no momento: A (para carros até 1.3 litros), B (1301 a 1,6 l), C (1.601 a 3 litros) e D (acima de três litros). Isto permitiu que o Corcel brilhasse, e o DKW continuasse competindo.

No primeiro fim de semana de corridas da temporada, foram realizadas corridas de apoio para a corrida extra da Copa Brasil. Na classe menor, Décio Michel, mais uma vez brilhou, vencendo em seu Corcel à frente de Mauricio Rosemberg. Outros pilotos notáveis nesta categoria foram Roberto Giordani, que perseverava com um DKW, César Pegoraro e Breno Job Freire. A Classe B sempre foi a mais quente, pois era a classe de VW Sedans com 1,6 litros. Vários carros bem preparados disputaram esta classe em 1971, incluindo os carros de Fernando Esbroglio, Claudio Mueller, Vitorio Andreatta, o veterano Aldo Costa, Lino Reginatto, Elcio Prolo, Sergio Blauth, Sergio Pegoraro, Abilio Weiland e outros. Esta prova, que foi realmente a última prova do campeonato de 1970, foi vencida por Esbroglio, que também foi nomeado campeão. A Classe C teve a maior variedade, pois os carros elegíveis incluídas no Opala 2.5, o FNM, Simca, Regente, e até o Aero Willys. Este evento foi vencido por Rafaelle Rosito em um FNM, mas outros pilotos que correram nesta categoria foram Nelson Barro, Mauro Galicchio, José Azmuz, Ari Panatto, Ivan Iglesias, Lauro Maurmann Junior e, eventualmente, Sady Abe, que pilotava um Aero Willys que conseguiu vencer uma bateria do evento o apoio de Fórmula 4. A Classe D só teve Opalas, embora o Dodge Dart e o Ford Galaxie se enquadrassem. Os principais pilotos desta categoria foram Ismael Chaves Barcellos, Pedro Carneiro Pereira e, eventualmente, Julio Andre Tedesco, que já havia vencido uma corrida de iniciantes.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo baseado em Miami

Thursday, March 7, 2013

A Divisão 3 em 1974



Com a ida de Pedro Victor de Lamare para a Europa para correr na Esporte 2 litros, em 1974, ficou um certo vácuo na D3. Pedro havia ganho os três primeiros campeonatos da categoria, assim ficava um grande ponto de interrogação, quem seria o novo rei? PV vendeu seu carro para Edson Yoshikuma, que certamente seria um dos botas do campeonato, mas surgia também a figura de Ciro Cayres, que ganhou um grande número de corridas do campeonato paulista da categoria.

Eu francamente pensava que Ciro se animaria para participar do campeonato nacional, mas o fato é que não participou de nenhuma das cinco corridas do torneio nacional, só das provas paulistas. Obviamente seu orçamento não era suficiente para essas veleidades, e certamente Ciro estava mais interessado em ganhar mais algumas corridas em Interlagos e encerrar sua carreira do que se descambar para Fortaleza e Tarumã. Foi um desapontamento.

Com o adevnto da D1, surgiu a grande briga Opala x Maverick, que mais cedo, mais tarde, chegaria na D3. Camilo Christofaro já havia corrido com um Maveco na última corrida de 1973, mas quem anunciava um Maverick de D3 eram as perigosas equipes Hollywood e Greco. A coisa ia ficar difícil para os Opala, pois além do Yoshikuma, só havia a Equipe Itacolomy como forte concorrente com os produtos da GM. Naquele ano e em 1975 a Itacolomy mais ou menos assumiu o papel de equipe semi-oficial de fábrica da GM.

Reinaldo Campello estava fazendo um bom campeonato paulista, mas no Brasileiro quem deslanchou foi o Edgard Mello Filho. Edgard ganhou a primeira prova do campeonato, em Goiania, e no fim das contas ficou com o campeonato. Foi o último a ganhar o campeonato da D3 com Opala, e curiosamente, em 1977, o primeiro a ganhar a D1 com Opala!

Yoshikuma ganhou a segunda prova, mas as três últimas foram do Maverick, inclusive os 500 km de Interlagos. Nas últimas provas ficou claro que não havia Opala no Brasil capaz de deter os Mavecos - bem, quem sabe o do Ciro Cayres daria trabalho, mas nunca vamos saber isso.

Na Classe A, o interessante foi a entrada do VW Brasilia na categoria, com Ingo Hoffmann. A Brasilia criou problemas, pois o carro era homologado como utilitário, para pagar menos IPVA, e em tese não poderia participar de corridas. Deu-se um jeitinho, e Ingo correu e faturou. A maioria dos grids era formada de Fuscas, mas havia um ou outro Chevette, que ajudou Newton Pereira a obter o segundo lugar no Ranking da Auto-Esporte.


Newton Pereira e seu Chevette